O que largar e o que manter? Aprenda como os hábitos funcionam no seu dia a dia!

Nesse artigo sobre hábitos você vai encontrar:

• Hábito – O que é isso?
• O nascimento de uma rotina
• Padrões: Rápido e Devagar
• Quais hábitos devo cultivar e quais devo deixar de lado?

Grande parte das nossas atividades diárias são hábitos. Não pensamos sobre as ações, apenas as realizamos.

Sabendo que somos assim, gostaria de te propor um desafio: Pare um pouco e pense na sua rotina.

Lembre daquele ritual que você costuma fazer quando se levanta da cama…

Qual é o meio de transporte que você utiliza para chegar ao trabalho? O que você costuma fazer no trajeto?

Você tem se exercitado suficientemente ao longo do dia?

Como está o seu sono?

E o almoço? Você tem parado pra pensar no que está colocando no seu prato quando vai ao self service? Você costuma repetir a refeição?

Agora, em outras áreas da vida…

Você já parou para analisar quantas vezes foge de uma conversa ou de um relacionamento “verdadeiro” com alguém? (Quando eu digo relacionamento, não estou falando necessariamente de um relacionamento amoroso…)

Como estão seus amigos? Você fica mexendo no celular enquanto eles falam?

E no trabalho? Como você se comunica com o seu superior? Você o evita? Que ritual de comunicação você tem adotado?

Enfim, quantas vezes você parou pra pensar em tudo isso? Provavelmente poucas (ou nenhuma), não é?

Não se preocupe, eu também não consigo pensar em tudo isso ao mesmo tempo.

A verdade é que, diante de tantas responsabilidades, sobra pouco tempo para refletirmos sobre os acontecimentos e rituais que adotamos no nosso dia e acabamos vivendo no piloto automático.

Mas, mais uma vez, peço para que não se desespere. Todo esse processo tem uma explicação: O nome disso é hábito.

Ao longo desse artigo gostaria de te mostrar como o hábito funciona e como ele pode afetar (positiva ou negativamente) suas escolhas diárias!

Hábito – O que é isso?

A palavra hábito é classificada gramaticalmente como sendo um substantivo masculino. Ela pode ser descrita também como costume, maneira de viver, modo constante de comportar-se ou de agir.

Resumindo, o hábito é caracterizado como qualquer comportamento, que, quando repetido regularmente, requer pouca ou nenhuma razão naquilo que é executado.

Você sabia que quase metade das coisas que você faz no seu dia não são pensadas antes de serem feitas?

São os hábitos que, mais precisamente, compõem uma média de 40% da nossa rotina, de acordo com uma pesquisa da Universidade Duke, dos Estados Unidos.

Estamos acostumados a realizar atividades como assistir TV, escovar os dentes, ler, etc. sem pensar muito.

É como se por nove horas do dia não parássemos para pensar sobre o que estamos fazendo, repetindo, repetindo e repetindo as ações.

Para David Hume, filósofo e historiador, a soma de hábitos na nossa vida define nossa identidade. Segundo ele, “Somos constituídos por uma multiplicidade de hábitos que faz a trama de nosso viver”.

Aristóteles foi mais longe: “Somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”.

Dessa forma, vamos tentar entender o que é um hábito e como é o seu processo de formação.

O nascimento de uma rotina

Uma das principais obras sobre hábito é o livro O Poder do Hábito, publicado em 2012 por Charles Duhigg.

De acordo com pesquisas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) o hábito é formado por algumas etapas.

Primeiramente há um gatilho, um estímulo interno ou externo que envia informações para o seu cérebro entrar em modo automático, indicando qual hábito (caminho) ele deverá usar.

Depois, ele inicia uma rotina que pode ser de origem física, mental ou emocional.

Por fim, o sistema recebe uma recompensa, que é carimbada no cérebro. Ele faz uma avaliação, se vale ou não a pena memorizar este ciclo, para utilizá-lo futuramente em contextos similares!

Ao longo do tempo, esse processo – gatilho, rotina, recompensa – torna-se mais automático.

O gatilho e a recompensa se entrelaçam de maneira poderosa, e até fazem surgir um senso de antecipação, previsão e desejo.

Assim, ele vira um padrão neural. Nasce o hábito!

O hábito é aquela vontade de comer chocolate (TODOS OS DIAS!) no meio da tarde no trabalho. Sabe aquele cafézinho após o almoço? Então… E quando você abre o whatsapp, o instagram, o facebook várias vezes só pra ver se tem mensagem nova (e nunca tem!)? São HÁBITOS.

Também existem as listas de afazeres diários, levantar todos os dias no mesmo horário, ir ao banheiro e lavar as mãos… Todos eles são HÁBITOS!

Se tudo isso é hábito, como podemos saber quais temos que cultivar e quais precisamos deixar de lado?

Padrões: Rápido e devagar

Segundo Daniel Kahneman, autor do livro Rápido e Devagar, temos duas formas de agir perante um hábito.

Uma é a rápida, que não exige muito esforço, é baseada nas emoções e produz respostas prontas, automatizadas e instantâneas. Nós a conhecemos como “piloto automático”.

A forma rápida se dedica a fazer com que você realize todas as suas vontades o mais rápido possível, sem passar pela consciência.

Funciona como um diabinho no seu ombro, sabe?

“Ai ai ai, que delicia esse bolo! Come, come, come tudo! Hum… Chocolate!!!”

A outra forma é mais lenta, ponderada, avaliativa. Ela envolve reflexão, escolha e concentração, ou seja, requer esforço mental, é mais controlada e exige tempo. Estamos falando do ‘devagar’, do que é voluntário.

Ele faz com que você pondere, reflita sobre suas atitudes a longo prazo, te ajudando a ignorar um anseio em prol de um benefício futuro.

É o pensar antes da ação imediata, sabe? Nosso cérebro precisa fazer o trabalho de antecipar o cenário futuro.

“Ah, esse chocolate, que delícia! Mas tenho um plano pro verão, né? Comendo esse chocolate será que meu plano não seria afetado?”

Quais hábitos devo cultivar e quais devo deixar de lado?

Por fim, o caminho de formação de um hábito vai depender muito da forma como nós o encaramos e mantemos ele. Por exemplo: A ansiedade de não conseguir concluir um relatório, funciona como um gatilho, uma deixa para o tal chocolate, e no final o prazer em saboreá-lo. As vezes, após ingerí-lo pode até rolar um arrependimento, o que nos deixa triste, cabisbaixo e, as vezes, ainda mais ansioso do que antes.

Qual é a dica?

Bom, que tal tentarmos identificar em que etapa está esse hábito?

Utilizando o exemplo acima, sabemos que a ansiedade, o sentimento, a vontade de comer o chocolate está associado a conclusão do relatório. Nesse caso, o ideal é atacar diretamente no problema: a ansiedade.

Realizar algum exercício para substituir esse sentimento ou estar sempre com algum alimento saudável (uma fruta, por exemplo) nesses momentos, poderá ajudar a substituir o chocolate e evitar o arrependimento, além de auxiliar na mudança desse hábito.

Sei que, muitas vezes reconhecer qual é o gatilho e quais são as possíveis recompensas pode ser bem complicado.

Por isso, é necessário realizar exercícios de autoconhecimento e autorreflexão. Verificar alguns padrões (como por exemplo, a vontade de comer doce ocorre quando estou entediado, cansado, ansioso, bravo, etc.) é o primeiro passo para as mudanças seguintes.

Quer aprender um pouco mais sobre hábitos no sono, nos exercícios e na alimentação? Veja esses artigos que escrevi sobre esses temas:

• Entenda por que você deve adotar a atividade física na sua rotina
• Como a sua alimentação pode melhorar suas noites de sono