Blog da Joana

Dicas práticas para gerir as emoções

  • Gestão das Emoções: o que não pode ser deixado de lado
  • Autoconhecimento na Gestão
  • Vantagens em saber gerir as emoções
  • Práticas na Gestão Emocional

Tenho fama de ser crítica e chata demais, e sou mesmo, não nego.

Pode ser por uma conjunção astral dos meus planetas ou até pelo meu temperamento, mas sempre fui muito crítica comigo mesma, com as coisas que vejo, leio, estudo, etc.

Teve uma época que me questionei se isso era bom ou ruim… Mas essa é uma capacidade que venho desenvolvendo a muito tempo, e tento analisar uma situação/um problema sob várias perspectivas.

Em outro artigo que publiquei aqui no blog, fiz uma crítica em relação a alguns aspectos dos cursos disponíveis na internet sobre inteligência emocional. Não foi uma crítica direta ao método ou aos introdutores, mas sim ao significado que estão dando ao termo inteligência emocional.

  • Leia sobre isso no artigo Conseguimos controlar nossas emoções?

A construção e a valorização desse discurso pela indústria da autoajuda gerou uma inversão na nossa percepção, de modo que algumas de nossas reações emocionais passaram a ser vistas como impróprias ou inadequadas.

Como isso tem acontecido?

Bem, hoje, estamos mais conectados ao nosso exterior do que ao interior, e por isso, sentimos a necessidade de tudo o que for externo para nos tirar do lamaçal de emoções em que nos enfiamos.

redes sociais

Diante dessa situação, surgem uma infinidade de curas milagrosas, pseudo gurus, e cursos transformadores que prometem a solução de todos os seus problemas com um passe de mágica!

Mas não é e, nunca será tão simples gerir as emoções. É necessário mudar hábitos, e como sabemos, mudar hábitos exige esforço, disciplina e perseverança.

Além da dificuldade em mudar o hábito, é muito comum ouvirmos sobre termos que controlam nossas emoções. De fato, isso é muito difícil de ser feito.

Na verdade, uma emoção é um processo involuntário rápido, e nós não temos controle sobre ela, ela simplesmente acontece.

Daniel Goleman, autor do livro “Inteligência Emocional”, destacou que ter uma visão do comportamento humano que ignore as funções das emoções é totalmente descabida! Ele enfatiza que a própria denominação Homo Sapiens (a espécie pensante), é enganosa pois minimiza a influência das emoções no ser humano.

Somos muito mais emoção do que razão, acreditem!

Assim, biologicamente falando, podemos dizer que a emoção é um conjunto de reações químicas e neurais que são base das nossas respostas comportamentais.

Por isso, vamos ver que insights a neurociência pode nos oferecer para ajudar a gerenciar melhor nossas emoções.

 Gestão das emoções: o que não pode ser deixado de lado

Vamos pensar em alguns casos:

  • Você adora ler conteúdos que ensinam a como escrever bem;
  • Outro hobbie que você adotou foi assistir a programas de culinária para saber como fazer uma ótima receita;
  • Ultimamente você percebeu que está gastando muito tempo com coisas ‘fúteis’, entretenimento barato, vídeos ‘sem futuro’ e tá afim de aproveitar melhor o seu tempo. Então, começou a ler uns livros sobre produtividade e alta performance, que fornecem dicas práticas sobre como parar de procrastinar e perder tempo.

LEGAL!

Todos esses exemplos são iniciativas poderosas para iniciar a mudança do seu comportamento (hábito).

Mas, agora, vamos nos questionar sobre elas:

  • Fazer muitas leituras sobre como aprender a escrever vai te fazer ser um bom escritor?
  • Assistir os programas de culinária te fará um excelente cozinheiro?
  • Se debruçar nos estudos sobre produtividade e alta performance vai te fazer, na prática, aproveitar melhor o tempo?

Utilizei esses exemplos para te mostrar algo imprescindível na gestão emocional:

Você precisa sentir a emoção para aprender a lidar com ela!

sentir

Não existe gestão emocional sem emoção. Assim como não há um bom escritor, bom cozinheiro e pessoa altamente produtiva SEM PRÁTICA. Não estamos falando de milagre. Estamos falando de impulsionar mudanças, enfrentando elas e não simplesmente se desviando.

Não é que eu seja contra os “10 passos para Gerir suas Emoções” ou “As 20 dicas para você ser um mestre em Inteligência Emocional”. Só considero esses textos muito desconexos e superficiais. Os 10 passos, as 20 dicas não vão mudar a sua vida, não são regras e não são isolados.

Existem muitos fatores que permeiam um acontecimento, uma mudança de hábito, uma postura, um comportamento. Não são as 10 regras isoladas e desconexas que vão mudar o seu hábito da noite para o dia.

É preciso se autoconhecer e saber administrar suas emoções.

Autoconhecimento na Gestão

Na gestão emocional você precisa admitir que sente aquela emoção.

Identificar, aceitar e reconhecer nossas fragilidades é essencial para o desenvolvimento pessoal.

Trabalhar para identificar as reações do corpo, é conscientizar-se sobre si, é ter autoconhecimento. É preciso reconhecer seus comportamentos, limitações e habilidades.

Ah, e por favor, não tente substituir o que sente por pensamentos positivos. Não é substituindo, é compreendendo que se muda. Chamo isso de gatilhos da emoção.

Pergunte-se:

  • Que situação aconteceu?
  • Com que tendência sinto isso?
  • Porque acontece?

perguntar

Em seguida, tente associar essas emoções as sensações físicas que você costuma ter como dores de cabeça, tensão do corpo, dores nas costas, gastrite, e outras.

Essas emoções e sensações estão de alguma forma relacionadas.

Mas, calma!

Não é da forma linear como causa e efeito do tipo “sempre que fico com raiva tenho dor de cabeça então a minha enxaqueca é emocional”.

Não, não é isso!

Um contexto que te gera raiva ou alguma dificuldade em expressar uma emoção pode ser um gatilho para desencadear uma dor de cabeça ou uma enxaqueca, mas sempre ligada a outras circunstâncias como sono, alimentação, temperatura, etc.

Portanto, desenvolver a prática de se questionar está diretamente ligada a se autoconhecer.

Nenhuma prática fará isso tão rapidamente. É necessário persistir (hábito!) e entender as vantagens que a gestão emocional traz/trará para sua vida.

Vantagens em saber gerir as emoções

  • Ter autodomínio e autogestão

Autogestão COM ABSOLUTA CERTEZA não é autocontrole. A capacidade de reconhecer, avaliar e gerir suas emoções é bem diferente de impedir de senti-las.

Desenvolver a inteligência emocional auxilia na performance, pois permite que o indivíduo identifique facilmente suas emoções, administrando-as melhor.

  • Relações mais saudáveis

Um assunto que se fala muito é ter empatia nas relações, principalmente nas relações de trabalho.

A empatia é mais do que você se colocar no lugar do outro e sentir a dor dele.

Empatia não é passividade. É você entender o quanto a atitude do outro causa impacto em você, como ele reage diante de uma ofensa/elogio/crítica.

Uma pessoa emocionalmente inteligente sabe gerir suas emoções e reconhece as emoções do outro facilmente, resultando em melhores relações. Dessa forma, há um ganho significativo nos relacionamentos e mudança de consciência social.

Mas por que ter melhores relações?

relações no trabalho

Nas nossas relações cotidianas podemos ver que são poucas as pessoas que se sentem verdadeiramente livres para expressar o que estão sentindo.

O que mais encontramos hoje são pessoas mal resolvidas, buscando ser amadas a qualquer preço, serem aceitas e reconhecidas pelo que elas possuem, sempre por status e não por suas verdadeiras qualidades.

Essas pessoas preferem se proteger assumindo comportamentos defensivos e acabam agredindo ou se submetendo a situações e pessoas.

Então, existem práticas que podemos adotar para que as relações interpessoais possam se tornar cada vez mais significativas.

Práticas na Gestão Emocional

Algumas pessoas acabam se privando de suas emoções para vestir um personagem alegre e contente, postar sua vida nas redes sociais e tentar te vender a ideia de que suas vidas são maravilhosas e sem dificuldades.

Atualmente, esse é um dos grandes perigos das redes sociais. E isso é o mais preocupante, por ter uma quantidade de pessoas que são atingidas por esses personagens e tentam, a todo custo, ter uma vida parecida.

A tecnologia e a obsessão das pessoas por uma vida perfeita, estão retirando de nós a opção de sentir, fazendo surgir problemas relacionados a saúde física e mental.

Por isso, queria deixar bem claro: emanar energia positiva faz bem à saúde, e nos ajuda a ter a percepção do nosso corpo e da nossa mente, além de desenvolver nossa resiliência.

Olhar o lado bom das coisas, acreditar que a vida vai estar sempre caminhando pra algo melhor é diferente de se privar das emoções.

Se privar é se transformar em alguém robotizado que não sente ou que finge sentir alguma coisa.

Gestão das emoções é vivê-las e identificá-las!

Recapitulando:

  • Identifique a emoção (“O que estou sentindo? Raiva, medo, rancor, ansiedade?”)
  • Realize um trabalho de reconhecimento (“Com que tendência sinto isso? Sempre sinto? Por que acontece?”)
  • Aceite o que está sentindo (“Me sinto assim, aceito isso, não é um problema. Vou viver o momento o quanto for necessário, me esforçando para compreender e avançar!”).
  • Compreenda a emoção e, se for possível, reflita sobre as reações físicas que aquela emoção lhe causa/causou

Para que você incorpore esse caminho no seu dia a dia e possa ter em mãos algo prático, construí um infográfico para te ajudar a identificar em que etapa está sua emoção e que práticas você poderá adotar para gerir melhor suas emoções. Se você quiser baixá-lo, clique aqui.

Clique aqui para baixar o infográfico em alta qualidade sobre Gestão emocional

Joana Carreirão

Joana Carreirão

Sou formada em Naturologia Aplicada pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e Especialista em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações, pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Sabemos da importância da Inteligência Emocional e dos mindsets para que nós, adultos, tenhamos uma vida mais fluída e descomplicada em diversos aspectos.

No entanto, muito se tem falado sobre a educação fundamentada no desenvolvimento das inteligências – não apenas a emocional.

Nela, a educação e a formação dos indivíduos dá maior ênfase para o ensino da gestão de emoções.

Basicamente, a educação socioemocional aparece na teoria como grande pilar para atingir objetivos de produtividade, compreensão de conteúdos, realização de atividades em equipe e situações conflituosas, etc. Ou seja, seu método parte das bases da Inteligência Emocional.

É importante mencionar que Augusto Cury, enquanto psiquiatra e professor, baseou-se em teóricos da linguística, pedagogia e da psicanálise para formular sua linha de pensamento.

Tendo como referência grandes pensadores como Howard Gardner, fundador e precursor da teoria das inteligências múltiplas.

Ou mesmo Lev Vygostky, linguista que voltou seus estudos para a aquisição de linguagem sociocognitivista.

A Escola da Inteligência e o ensino da Inteligência Emocional

 

Isto é, uma rede de escolas conveniadas ao seu projeto inserem a “alfabetização” das emoções na grade curricular.

Como funciona?

Funciona da seguinte forma: as instituições interessadas se tornam conveniadas ao programa e passam a inserir a educação das emoções durante 1 hora/aula semanal, junto à grade curricular obrigatória prevista pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Assim, a aplicação da metodologia da teoria é associada à aprendizagem comum das escolas.

Além de ensinamentos para que os alunos saibam gerenciar suas emoções e desenvolver suas inteligências, o programa estimula maior participação da família nos processos de formação e aprendizagem dos alunos.

Cada um desses atua na formação da criança, realizando diferentes papéis.

Os grandes propósitos do uso dessa metodologia nos jovens são:

-prevenção ao uso de drogas e ao bullying.

-aumento da autoestima e da autoconfiança.

-facilidade para realizar atividades coletivamente.

-gerenciamento racional das emoções negativas.

-maior memorização, foco e qualidade na aprendizagem.

-desenvolvimento cognitivo, da criatividade e da inteligência fundamental de cada um.

-diminuição dos casos de má conduta em sala de aula.

Atualmente, mais de 350 mil alunos são contemplados com a abordagem e apresentaram os seguintes avanços:

-96% dos alunos apresentaram melhorias quanto à autoestima, ansiedade e demais questões intrapessoais.

-92% dos alunos apresentaram melhorias na qualidade das relações interpessoais.

-93% dos professores afirmam identificar avanços comportamentais nos alunos, além da redução dos casos de má conduta em sala.

-91% das escolas conveniadas afirmam terem aumentado consideravelmente o número de alunos matriculados

-98% das escolas conveniadas relataram o aumento da participação da família na formação escolar dos alunos.

-92% dos professores afirmam terem sentido progresso e melhoria na qualidade profissional e de vida.

De maneira geral, esses são resultados imensamente gratificantes para todas as partes envolvidas.

 

Joana Carreirão

Joana Carreirão

Sou formada em Naturologia Aplicada pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e Especialista em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações, pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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